F8 and be there!

Sombra do Cristo Redentor com Pão de Açúcar ao fundo, Rio de Janeiro
Costumo dizer que os dois “equipamentos” que me dão boas imagens são tripé e transpiração. Dificilmente uma foto cai no meu colo sem os dois elementos presentes. Mas de vez em quando a sorte da as caras.
Essa imagem aconteceu durante uma missão fotográfica no Cristo Redentor. Me planejei para fotografar o nascer da lua cheia que subiria atrás do Pão de Açúcar para quem o vê do mirante do Cristo, exatamente no horário do lusco fusco. Como estava cheio de turistas, resolvi me posicionar com antecedência no mirante de forma que ninguém ficasse na minha frente na hora do clique. Ainda faltava pelo menos uma hora para a foto acontecer. Fui indo, sem pressa, passinho por passinho e consegui chegar lá na frente. Armei o tripé só para marcar o território (o local estava realmente disputado) e fiquei com a câmera preparada na mão. Vi que as nuvens estavam se aproximando, o sol estava atrás de mim e da estátua, e comecei a prever que essa sombra pudesse acontecer. Foi pensar e reparar que estava acontecendo.
3-4 segundos. 5-6 cliques. 1 bom. Esse ai.
Depois disso, tudo ficou tampado e não teve lua, lusco fusco, entardecer, Pão de Açúcar, sombra, cidade acessa, nada. Foi só nuvem tampando tudo o resto da noite. Se não fosse o “f/8 and be there”, se não tivesse lá, preparado para a foto, atento, focado, o momento teria passado.
E cá entre nós, como isso já aconteceu!